quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Enduro Equestre



Enduro Equestre




É um dos sete esportes hípicos regulamentados pela FEI - Federation Equestre Internationale. É, atualmente, o esporte que mais cresce em número de eventos por ano e já ocupa a terceira posição, praticamente empatado com o Concurso Completo de Equitação e atrás do Salto. Trata-se de uma corrida de longa distância, atingindo 160 quilômetros em sua versão mais longa, provas que acontecem em trilhas, ruas, montanhas e diversos terrenos, separada em etapas (chamadas de "anéis"). Entre os anéis sempre há um controle veterinário (o "vet-check") que desclassifica os cavalos demasiadamente cansados ou que mostrem qualquer sinal de dor ou problemas no sistema locomotor. O enduro é disputado por conjuntos compostos de um cavaleiro/amazona e um cavalo/égua, não podendo nenhum dos membros ser substituído durante a prova. Uma característica interessante é que todos correm juntos, não havendo distinção entre homens e mulheres. Além disso, o enduro é conhecido por proporcionar um ambiente familiar, no qual avós e netos, marido e mulher, irmão e irmã, etc correm juntos e onde se tem contato com a natureza durante todo o dia.

Categorias
As provas de velocidade livre são separadas por distância e por idade dos cavaleiros/amazonas. A grande maioria é composta por trilhas entre 80kms e 160kms, embora existam provas mais curtas (normalmente de 60kms) e mais longas (divididas, nesse caso, em dois ou mais dias). Dentro dessas distâncias, os cavaleiros são divididos por idade em três categorias: mirim (até 14 anos), young rider (14-21 anos) e sênior (a cima de 21 anos). As provas consideradas de elite são:

160kms para sêniors
120kms para sêniors/young riders

A Prova
A prova de enduro de velocidade livre é composta por uma largada, determinado número de anéis (dependendo da distância), pelos vet-checks e pela chegada.

Os anéis - a trilha
Após a largada (todos juntos, como numa maratona), os conjuntos percorrem trilhas marcadas com tinta e fitas coloridas. Essas trilhas normalmente tomam lugar em bosques, parques, florestas, pastos, estradas de terra e demais cenários típicos do meio rural. A topografia e o solo são os principais fatores da trilha e é neles que os cavaleiros/amazonas prestam atenção para decidir que velocidade imprimirão. Quanto mais duro e com mais pedras o solo e quanto mais acidentada a topografia, piores são as condições, fazendo com que os conjuntos diminuam a velocidade visando poupar suas montarias de cansaço e lesões (entendidas mais como dores, que normalmente somem no dia seguinte à competição). É na trilha que o cavaleiro/amazona tem que decidir quão rápido andará e onde forçará mais o ritmo, lembrando sempre que ao aumentar a velocidade está cansando mais seu cavalo e o expondo a maiores riscos de lesão. Numa prova de 160kms o conjunto passa cerca de dez horas na trilha, podendo variar dependendo do solo, da topografia e do clima. A trilha é separada em anéis (etapas), cada um medindo entre 15kms e 40kms. No meio destes anéis há locais com água para os cavalos e pontos de apoio, onde a ajuda externa é permitida e onde se resfria os cavalos e se dá eletrólitos e demais suplementos para os animais. Ao final de cada anel há um vet-check.

Vet-check
Compreende três fases: a de recuperação do cavalo, a dos testes veterinários e a de descanso. A primeira começa assim que o conjunto chega da trilha e sua função é preparar o cavalo para a fase seguinte o mais rápido possível. Nela, o cavaleiro e sua equipe de apoio tiram a sela do cavalo e o resfriam (normalmente jogando água gelada em seu corpo). Como o tempo do conjunto só é parado quando o cavalo passa para a fase seguinte (e não quando ele chega da trilha), é importante que a fase de recuperação seja o mais breve possível, o que privilegia os cavalos mais descansados - já que para passar para os testes veterinários a frequência do cavalo deve estar suficientemente baixa. Os testes veterinários visam verificar as condições do animal. O médico veterinário mede a frequência cardiaca do cavalo, hidratação, movimentação intestinal, dores musculares e por fim observa se sua movimentação não apresenta nenhuma claudicação (manqueira). Caso a frequência cardiaca do cavalo esteja a cima dos níveis máximos estabelecidos (normalmente 64 batimentos por minuto) ou o cavalo esteja mancando, o conjunto será eliminado e, portanto, obrigado a parar. Caso o cavalo seja aprovado, o conjunto largará para o próximo anel (após a fase de descanso) ou será considerado classificado (caso já tenha terminado a prova). A fase de descanso é composta por um tempo (ao redor de 40 minutos) para que cavalos e cavaleiros descansem, se alimentem, etc. Muitas vezes os cavalos são massageados. Após esta fase, os conjuntos largam para o próximo anel, respeitando a ordem e o tempo no qual eles entraram nos testes veterinários.

A chegada
A chegada do último anel, ou chegada final, difere da chegada dos outros anéis pois determina o fechamento do tempo do conjunto, ou seja, é o primeiro a cruzar a linha de chegada que ganha e não o primeiro a entrar nos testes veterinários. Por esse motivo, algumas vezes ocorrem disputas, ou sprints, na chegada.

A História
Apesar de provas eqüestres de resistência existirem há muito tempo, o enduro moderno, tal como o conhecemos hoje, tem suas origens na década de 1950. Nos EUA, Wendell Robie se propôs a trilhar a rota do Pony Express - um antigo serviço dos correios norte-americanos - em menos de 24 horas. Posteriormente, nesta trilha foi fundada a Tevis Cup, uma das provas de enduro mais importantes até hoje. A partir de então o enduro eqüestre foi se desenvolvento e se difundindo. Em 1982 o enduro passou a ser considerado uma disciplina oficial da FEI, que desde 1986 organiza campeonatos mundiais a cada dois anos, além de campeonatos europeus, panamericanos, etc. Ao final da década de 1990, países árabes, em especial o Emirados Árabes Unidos, aderiram ao esporte e injetaram grandes quantias de dinheiro em patrocínio, treinamento, aquisição de animais, etc. A partir de então o enduro passou a crescer esportivamente e economicamente de modo vertiginoso.

O Cavalo
A maior parte dos cavalos praticantes de enduro equestre é da raça Puro Sangue Arabe (PSA). Por sua resistência e aptidão esportiva, os cavalos árabes alcançam, ao redor de todo o mundo, resultados superiores. Há, também, muitos cavalos com parte do sangue árabe, em especial anglo-árabes (mistura de PSA com PSI - Puro Sangue Inglês), conhecidos por seu tamanho maior. Esta tendência, no entanto, não é uma regra e algumas vezes observa-se cavalos com origem desconhecida (sem raça definida) ou cruzas pouco comuns (criolo com inglês, por exemplo) ganhando provas importantes e tendo outros resultados impressionantes.

Características desejáveis num cavalo de enduro
Um cavalo de enduro deve ser forte, bem aprumado, ter bons cascos, ter um sistema cardio-respiratório eficiente, apresentar disposição para o esporte (vontade de andar, por exemplo), mostrar-se apto para realizar troca de calor com o ambiente de modo eficiente e ser calmo. Nem todas essas características são encontradas em todos os cavalos de enduro. E isso não se pode ser dito como regra e sim uma caracteristica simples.

Internacional Endurance
As duas principais forças no enduro equestre mundial são a França e o Emirados Arabes Unidos (EAU). Além de terem resultados expressivos nos campeonatos mundiais e continentais, são nestes países que acontecem as competições mais importantes. A França é conhecida pela larga experiência de seus cavaleiros e por sua criação e seleção de cavalos, enquanto os UAE por seu imenso investimento em animais e treinamento. Outros países também ocupam posições importantes no cenário internacional. Na Europa destacam-se Italia, Portugal e Espanha, na América, Estados Unidos, Brasil e Uruguai, no Oriente Médio, Bahrain, Dubai, Abu Dhabi e no restante do mundo, a Austrália.

Principais conquistas brasileiras
Apesar de não ser uma força primária no enduro equestre e sempre enfrentar longas viagens para participar de campeonatos internacionais, o Brasil já obteve resultados expressivos:
Campeonato mundial young rider 2003 - Pratoni Del Vivaro (Itália)
6° lugar individual
Best Condition Award
Panamericano 2005 - Pinamar (Argentina)
Medalha de bronze por equipe na categoria sênior
Medalha de ouro por equipe na categoria young rider
Medalha de prata individual na categoria young rider
Medalha de bronze individual na categoria young rider
Best Condition Award
Campeonato mundial young rider 2005 - Bahrain
Medalha de bronze por equipe
Campeonato mundial young rider 2007 - Campo de Mayo (Argentina)
Medalha de bronze por equipe
Panamericano 2007 - Campinas (Brasil)
Medalha de ouro por equipe na categoria sênior
Medalha de ouro por equipe na categoria young rider
Medalha de ouro individual na categoria sênior
Medalha de prata individual na categoria sênior

Fonte : Enduro equestre - Wikipédia



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